O incêndio e as inundações na favela Marconi, entre a Via Dutra e a Marginal do Tietê, em São Paulo, deixaram centenas de desabrigados. Nas reportagens Entre as cinza, sobras da miséria e Assim lutou a favela, ambas escritas em 1977, Marcos Faerman narrou essa série de desastres que atingiram os moradores da favela. No mesmo ano, escreveu o texto E foi decretado o fim dessa o triste, doente vida no Lixão, sobre um depósito de lixo de 25 km quadrados em Osasco, habitado por duzentas pessoas em situação de vulnerabilidade.
No Jornal da Tarde, Marcos também realizou reportagens na área policial. Alguns exemplos dessa produção podem ser encontrados em 1977: O PM atira. O estudante cai com uma bala nas costas (Dizem que o estudante roubava gasolina), uma história de arbitrariedade e violência de policiais militares em São Paulo; Uma luta de facas no supermercado, sobre a tentativa de roubo a um supermercado Morita que resultou na morte de um funcionário, e O velho mata. E começa a chorar, com a história de um senhor de 70 anos que assassina a esposa, de 63 anos, sua companheira há 27. Nessas histórias é possível ver como o jornalista descrevia as personagens para além do maniqueísmo de mocinhos e bandidos, e como trabalhava a construção do texto e o ritmo das narrativas.