Em 1976, Marcos Faerman escreveu uma série de seis textos sobre uma das mais graves secas já registradas no Brasil, que atingiu o nordeste do país. Acompanhou o drama dos agricultores da região de Irecê, na época a principal zona de plantação de feijão do estado da Bahia. Lá, a estiagem - que havia destruído as lavouras de milho e ameaçava dizimar os rebanhos bovinos - provocou o desemprego de 20 mil pessoas. Duas reportagens dessa série foram escolhidas pelo jornalista para fazer parte da coletânea Com As Mãos Sujas de Sangue, de 1979: A seca, a fome, a tragédia do sertão e Os homens tentam salvar o boi. E quem tenta salvar os homens?.
Três reportagens com acontecimentos passados na cidade de São Paulo, escritas em 1976, também foram selecionadas por Marcos Faerman para Com As Mãos Sujas de Sangue. São elas: Depois que o corpo caiu, sobre um suicídio na Baixada do Glicério, Um Tiro, a respeito do assassinato de um jovem durante uma abordagem policial, e Não têm água, nem luz, e nem sabem quantos são, texto relativo à ordem de despejo contra os moradores da favela do Sapo, na zona Leste de São Paulo.
Por fim, outro destaque escrito em 1976 e publicado em Com As Mãos Sujas de Sangue é o texto Os últimos tupiniquins, sobre uma aldeia de indígenas tupiniquins no interior do Espírito Santo.